Na Política

Biblia Online

30/09/13 | 00:59h (BSB)

“PT precisa estar pronto para oferecer nomes”, diz Iran sobre diálogo para 2014

“Partido não pode ir para o diálogo com aliados sem alternativa e sem colocar as restrições”

Por Raissa Cruz

 

Candidato à presidência do diretório do PT em Aracaju, na chapa com a deputada Ana Lúcia, que disputa a presidência estadual do partido, o vereador Iran Barbosa faz nesta entrevista uma avaliação das prévias para a disputa interna do PT, que, de acordo com ele, refletirá para o partido no processo eleitoral de 2014, e servirá também para o PT debater “quais são seus aliados históricos, seus aliados pontuais e seus adversários, isso com vistas às composições que deverão ser feitas no próximo processo eleitoral”. Comentando sobre as alianças para a candidatura ao Governo, envolvendo o nome do governador em exercício Jackson Barreto (PMDB) como candidato do bloco do governador Marcelo Déda (PT), Iran frisa que o PT deve se precaver afirmando suas políticas nas discussões, e apresentando nomes, que, segundo ele, o partido tem para colocar na disputa. “O PT não pode ir para esse tipo de diálogo com os aliados sem ter alternativa para oferecer e colocar quais são as restrições (...) PT precisa estar pronto para oferecer nomes”.

 

Qual a principal proposta que a Articulação de Esquerda vem oferecer nesse Processo de Eleições Diretas do PT, em uma chapa com o senhor para a Municipal e a deputada Ana Lúcia para Estadual?

Nós estamos defendendo uma postura de resgate de bandeiras antigas do Partido dos Trabalhadores, inclusive, numa linha de reaproximação com os movimentos do partido que sempre sustentaram o PT, com ênfase em nos movimento populares e sindicais. Precisamos também aprofundar o debate e as definições sobre os papéis que tem o partido quando ocupa os Governos, a política de ser partido de governo. Precisamos ter critérios sérios cada vez mais qualificados de filiação e ampliação dos nossos quadros de filiados, mas com ações concretas que envolvam esses quadros e que não sejam estimulados a participar da vida partidária apenas no momento de eleição interna ou no momento das eleições gerais ou eleições externas, mas que a nossa base de filiados seja desafiada permanentemente. A nossa ideia é dar uma oxigenação no partido que permita ele ter essa vitalidade que vem das ruas e dos movimentos sociais. Sem dúvida, o nome da deputada Ana Lúcia é adequado para incorporar as pautas que nós defendemos em nível estadual, e o companheiro Walter Pomar para incorporar essas pautas em âmbito nacional, e eu aqui em Aracaju.

 

O senhor acha que a disputa entre Rogério Carvalho e Márcio Macedo, nas prévias do PED, que está gerando desgaste interno no partido, pode render também prejuízos externos que reflitam nas eleições de 2014?

Acho que as disputas internas eleitorais têm que ser entendidas com naturalidade e a diferença é que há uma disputa numa mesma corrente, mas nós só temos que preservar as questões que visam e tendem a enfraquecer o partido. O PED tem que ser instrumento de fortalecimento do partido, mas os debates e disputas tem que ser entendidos como o processo natural de eleição.

 

Para o senhor, o vice-governador Jackson Barreto (PMDB) é realmente o candidato apoiado para o PT ao governo? E que falta a ele para obter um resultado melhor nas pesquisas eleitorais, que recentemente só têm apresentado o prefeito João Alves em destaque?

Acho que ainda é muito cedo para se falar em definições de blocos porque na verdade o PT, embora muita gente já tenha dado como definido o quadro, o partido ainda não teve nas suas instâncias deliberação sobre isso. O momento é muito anterior as eleições e nós temos que tomar cuidado com antecipação desse debate. Aliás, aqui tem se antecipado muito, a gente acaba uma eleição e já se iniciam os debates em torno da eleição seguinte, isso tem gerado desgaste para a própria execução das políticas que são renovadas a cada eleição. Segundo, não é preciso dizer que em relação as pesquisas sabemos que são contaminadas por este momento que é muito anterior ao processo eleitoral. Se for fazer uma análise histórica de pesquisas dadas pelo país afora e aqui em Sergipe pesquisas que se apresentam em um momento tão anterior como estas que você está fazendo referências elas tem uma transformação muito grande no decorrer do processo, então acho muito precipitado falarmos dela como se fossem indicativos do que acontecerá. As pesquisas terão momento certo para fundamentarem, mas ainda assim elas não são definidoras do voto que ainda está lá na frente quando tivermos no processo eleitoral.

 

E quanto ao pré-candidato do grupo Jackson Barreto, qual a avaliação do senhor e da articulação de esquerda?

Eu não tenho um documento de análise pela articulação de esquerda a respeito do governador em exercício Jackson, mas entendo que é preciso fazer um esforço maior relativamente a garantia constitucional dos servidores públicos de terem a revisão salarial. Nós não podemos deixar de atender a esse pressuposto e temos que em conjunto com as iniciativas de obras, que estão sendo inauguradas, dar uma preocupação de garantia dos servidores públicos. Acho que isso é uma coisa que ele precisa avançar, e superar problemas sérios que nós temos enfrentados no campo da saúde e educação que são dois setores muito sérios, mas também no campo da segurança pública. Então aqui vai desejo de sucesso ao governador em exercício JB enquanto ele estiver à frente do Governo, mas vão também as cobranças no sentido de que tanto ele como todo o seu secretariado estejam garantindo o avanço que nós precisamos.

 

Para o caso de essa proximidade, que está sendo especulada, entre Jackson Barreto com lideranças de partidos como o DEM, que para o PT é tido definitivamente como oposição, em sua opinião, o PT deveria se precaver? Para evitar, quem sabe, uma surpresa na hora das conjecturas, com JB sem abrir mão de uma aliança com o DEM...

O PT é um partido que historicamente construiu uma pauta e um programa que não combina com a história, a pauta, a ideologia e o programa do partido Democrata. Temos, portanto, divergências que nos separam e por isso que somos rivais na política. Em qualquer momento que tiver que me posicionar sobre essa aproximação eu estarei numa posição contrária, como fui contrário aqui na Câmara no encaminhamento que permitiu que na Mesa Diretora estivéssemos em certa composição que envolvia a liderança através do vereador Vinícius Porto (DEM) com o quadro do vereador Emmanuel Nascimento (PT), e isso não representava a história do meu partido. Não vi, até o momento, nenhuma alteração no quadro que justifique esse tipo de aproximação. Mas quanto às conjecturas de 2014, na política prevenção se faz com política. Esse é um tema, por exemplo, que não pode ficar de fora do processo de eleições que o PT está vivendo neste momento, para configurar, através do debate, quais são seus aliados históricos, seus aliados pontuais e seus adversários, isso com vistas às composições que deverão ser feitas no próximo processo eleitoral. Nós vamos agora escolher uma direção partidária que estará conduzindo os rumos do partido no ano que é de eleições, 2014. Então, a prevenção, no meu ponto de vista, se dá com a afirmação de políticas, afirmando bandeiras que defendemos e o programa do PT, e reformando resoluções que nós temos sobre adversários partidários. O DEM integra esse campo adversário.

 

Então o PT descarta pensar em uma candidatura própria como forma de prevenção?

O PT tem nomes para estar dialogando. Quando me perguntam sobre isso digo que o PT tem nomes para dialogar sobre esse processo e digo também que o governador JB pela sua condição de vice-governador e agora governador em exercício tem uma história junto a esse bloco e tem legitimidade para colocar o nome dele à disposição. Isso o coloca numa linha de frente sobre o debate a sucessão a Governo Estadual, mas o PT não pode ir para esse tipo de diálogo com os aliados sem ter alternativa para oferecer e sem colocar quais são as restrições.

 

O senhor considera que o partido deveria continuar liderando o bloco, constituído por Déda, com uma candidatura própria ao governo?

Acho que o PT é um partido significativo nessa aliança, e não é melhor do que outro partido, mas tem uma importância de destaque nesse bloco que tem governado o Estado de Sergipe, e, evidentemente, isso precisa ser considerado. Eu pessoalmente tive uma conversa com Jackson Barreto, e ele me assegurou que o PT seria priorizado nessa eventual discussão em torno da sucessão ao Governo do Estado. Nós não queremos nem mais nem menos do que isso: queremos que seja respeitada a construção que fizemos dentro do bloco. Isso quer dizer que o PT precisa estar pronto para oferecer nomes, no entanto, não podemos ter uma postura autoritária de achar que só nós temos o que oferecer. Além disso, a discussão não deve ser de interesse umbilical, só do bloco que governa, mas acho que deve ser em torno dos interesses do povo de Sergipe, isso que deve delimitar a definição dos blocos na disputa que queremos travar em 2014.

 

É verdade que o vereador Iran Barbosa, que foi o vereador mais votado em 2010, vai ser candidato a deputado federal?

Já tem uma definição da minha corrente de articulação de esquerda de que o meu nome será oferecido para apreciação dentro do partido para essa disputa eleitoral em 2014. Quando o momento adequado chegar, a situação de esquerda estará oferecendo o meu para avaliação interna do partido, para que depois possa apresentar ao conjunto da sociedade essa opção de debate no momento adequado assim que a legislação permitir.

 

Da redação Universo Político.com 



25-04-2024
 

 

 

Resultados - Elei��es

 

Setransp

 

Setransp

 

Setransp

 

 

Parceiros

 

 

Fazer o Bem

 

Ciclo Urbano

 

Adjor

 

Sindjor

 

 

Twitter