Por Raissa Cruz
Em entrevista ao Universo, a vereadora Lucimara Passos (PCdoB) disse que lideranças do PCdoB estão "olhando com estranheza" o fato de o partido não ter sido chamado para participar do Governo do Estado, e alertou que, quanto ao bloco governista, andar “cada um por si, não é bom para ninguém (...). No dia em que os interesses individuais se sobreporem, teremos fracassado”, refletiu a vereadora. Lucimara afirmou ainda que o PCdoB tem nomes para disputar todos os cargos nas próximas eleições, e, emitindo sua opinião sobre a administração do prefeito João Alves Filho (DEM) em Aracaju, ponderou: “considero até o momento uma gestão ruim”. Segue:
Em declarações recentes, o ex-prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) se mostrou preocupado com o que ele chama de dispersão da coligação que integra o bloco do governador Marcelo Déda, onde cada partido segue um caminho. Essa dispersão pode prejudicar o bloco do governador nas próximas eleições, e, consequentemente, o PCdoB?
Edvaldo está correto na avaliação. Cada um por si, não é bom para ninguém. Essa coligação representa um projeto político que vem se consolidando a partir do somatório de forças de lideranças experientes e muito comprometidas com um projeto maior do que as pessoas. No dia em que os interesses individuais se sobreporem a isso, teremos fracassado.
Como a senhora avalia a representação do PCdoB no governo, tendo em vista que Edvaldo Nogueira até o momento não foi chamado para assumir algum espaço, e fica apenas a representação pelo secretário Jeferson Passos. É suficiente somente essa representação do partido no governo?
O PC do B não se considera representado no governo. Jeferson Passos foi convidado pelo governador Marcelo Déda para assumir a Seplag por suas características pessoais e técnicas, o convite foi dirigido a pessoa e não ao partido. Somos aliados de todas as horas, mas estamos olhando com estranheza o fato do PC do B não ter sido chamado a participar dessa construção de ações e perspectivas que visão a consolidação de um projeto político do qual sempre fomos parte. Nossos dirigentes e militância estão reticentes e com uma grande interrogação: querem nos excluir?
Como a senhora avalia esses sete meses de gestão do prefeito João Alves?
Considero até o momento uma gestão ruim, de muita propaganda e pouca ação, a qualidade dos serviços vem caindo e nada de novo se apresenta. O sentimento nas ruas é de frustração.
Quais as propostas que o PCdo B tem para o próximo pleito, no que tange a cargos majoritários? E a vereadora Lucimara, é verdade que pretende disputar outro cargo em 2014, quem sabe deputada estadual?
O PC do B tem crescido em Sergipe, somos hoje um partido com mais de 5 mil filiados, 18 vereadores espalhados pelo Estado, inclusive nas maiores cidades, com Aracaju, Socorro, Estância, Lagarto, um prefeito reeleito e muitas lideranças com grande potencial, o que nos coloca em condições plenas de chegar às eleições de 2014 com excelentes nomes para disputa em todos os cargos. Só não pensamos em disputar o Senado porque defendemos o nome de Marcelo Déda.
Sobre a criação das Organizações Sociais (OS), proposta pelo prefeito João Alves, a senhora se posicionou contrária, mas quais as consequências que esse projeto pode gerar?
A principal delas é a inversão na lógica do que deve ser prioridade do Estado. Quando se entrega a gestão da saúde pública para a iniciativa privada o cidadão passa a ser visto como meio para obtenção de lucros. Toda entidade privada que preza pela sua saúde financeira fará a gestão buscando minimizar custos e ampliar lucratividade e categoricamente afirmo que essa não pode ser a lógica da saúde pública.
Em relação ao programa Mais Médicos, que deve abrir espaço para dez médicos cubanos em Sergipe, a senhora é contra ou a favor?
Sou a favor. Vejo o Mais Médicos com bons olhos, entendo que há um grande esforço para garantir atendimento a população, principalmente onde existe dificuldade em contratar e garantir a permanência de médicos no sistema. Além disso, foi dada prioridade à contratação de profissionais formados em universidades nacionais, as vagas remanescentes foram primeiramente oferecidas a brasileiros graduados no exterior, e, em seguida, aos estrangeiros, que atuarão de forma provisória, exclusiva nas localidades escolhidas e restrita a atenção básica de saúde.
O vereador Renilson Félix (DEM) já deu entrada na Câmara de Vereadores de um projeto que determina que a Prefeitura Municipal só contrate médicos estrangeiros que tenham feito o revalida. A senhora considera necessário esse projeto?
Essa não é uma matéria de competência do Legislativo Municipal.
Da redação Universo Político.com
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