Na Política

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18/03/13 | 06:51h (BSB)

“Tremenda injustiça. Reputação de Flávio acabou. Vai recuperar como?”

Advogado diz que ele poderia estar em casa recebendo o salário, mas esta briga para provar inocência

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Flávio: tenta provar inocência há seis anos

Por Joedson Telles

 

O advogado do conselheiro afastado do Tribunal de Contas da Estado (TCE), Flávio Conceição, Gilberto Vieira, ao ser provocado pelo radialista Jailton Santana, na Ilha FM, na última sexta-feira 15, disse que recebeu a notícia que o STJ aceitou a denúncia, apresentada em maio de 2008, contra seu cliente com muita apreensão, mas, ao mesmo tempo com calma e tranquilidade. Segundo Gilberto Vieira, o processo começa agora, e a defesa mostrará que as provas contra Flávio não têm pertinência. Lógica. “O processo vai seguir o tramite normal e, ao final, tenho certa absoluta que serão absolvidos todos os acusados”, assegurou. “Todo advogado tem dois caminhos a seguir: quando ganha, comemora. Quando perde , recorre.” Antes de o STJ aceitar a denúncia, Gilberto Vieira concedeu a entrevista que segue ao Universo Político.com.

 

Contando com Flávio Conceição, o Tribunal de Contas do Estado tem uma conselheiro a mais. Em Flavio conseguindo voltar, como fica essa questão?

Doutor Clóvis Barbosa ocupa uma vaga que não deveria existir. É uma vítima também do fato. Mas você não tem como conduzir a nomeação de Clóvis sem que a vaga tenha existido. Não existe vaga sem aposentadoria.

 

Então, Flavio retornando, Clóvis vai para casa?

É este o meu entendimento. Com a ressalva dos entendimentos divergentes. Não tem como ter conselheiro, se a vaga é uma ficção.

 

Flávio teve a sua imagem arranha com toda esta história de ‘Operação Navalha’, mas há provas concretas da sua participação nas operações fraudulentas atribuídas a ele e a outras pessoas – como o prefeito João Alves Filho?

Não existe nem processo. Então Flávio não é sequer um réu processado, imagine um condenado. O que manchou Flávio Conceição foi uma série de gravações telefônicas que entendemos e provamos, e juntamos laudos periciais neste sentido, que foram manipuladas, editadas e adulteradas pela Polícia Federal. Mas tornaram isso publico. Um absurdo tremendo. E mais absurdo ainda que a pessoa se diz vítima, denuncia que a gravação foi adulteradas e, em todos estes seis anos, não se tem uma posição. Sustentamos e a Justiça calou-se.

 

Mas essa suposta manipulação foi, de fato, para atingir Flávio ou havia outro alvo e Flávio foi, digamos, de carona?

Nada disso envolveu Flávio diretamente. A investigação tratada da Construtora Gautama e Zuleido Veras. A Gautama surgiu no mercado de forma agressiva. Chegou a ser a quinta ou sexta maior construtora do Brasil. Estamos falando de empresas que movimentam bilhões. E o próprio Zuleido me disse que foi vítima dos concorrentes, que movimentaram a máquina policial para prejudicá-lo. É a versão dele. Que diz ter provas. Posso atestar que o processo foi manipulado para que o Judiciário fosse enganado. Vou dar um exemplo: só poderia levar isso adiante do Supremo Tribunal Federal, porque no meio das gravações há deputado federal. A lei diz que o processo tem que parar a ser enviado ao STF. Mas a polícia escondeu isso. Nós alertamos sobre isso e travamos o processo. Qual objetivo? Não sei.

 

Em sendo verdade, uma Polícia Federal que atua desta forma é um dano irreparável para a sociedade, não?

A Gautama, quando aconteceu a ‘Operação Navalha’, tinha R$ 1,5 bilhão de contrato com o governo. Mais de 3.500 funcionários. Hoje, não existe. Não tem dois empregados. E não provado nada contra Zuleido. Contra a Gautama.

 

Então, aquela famosa frase do direito “o ônus da prova cabe a quem acusa” com Flávio não funcionou?

Uma tremenda injustiça. A reputação de Flávio acabou. Vai recuperar como? Eu disse aos ministros do STJ que Flávio não tem o direito de olhar nos olhos dos filhos e pedir desculpas porque errou. Ou dizer está vendo que seu pai não é um bandido? É inocente? Estão tirando a dignidade dele. Infelizmente.

 

O senhor sente que a sociedade, baseada no que já ouviu a respeito do Flávio, o marginaliza?

Eu disse em outras entrevistas: Flávio merece o respeito de todos nos por uma razão: ele poderia estar em casa, aposentado do TCE, recebendo o salário integral. Caladinho. Quieto ou passeando. Mas esta semanalmente aqui no escritório. Está brigando para ver a inocência reconhecida. Para retornar as atividades dele no TCE. E isso não dará um real a mais. Flávio luta há mais de seis anos pela sua honra. Ele está recebendo um salário de conselheiro do Tribunal de Contas e brigando para provar sua inocência. Gastando dinheiro. Só isso merece o nosso respeito. Tem tantos inocentes que se acovardam.

 

Além dos gastos com advogados e viagens, há outros prejuízos?

Depois de três ou quatro anos, Flávio passou a andar em locais públicos. Mas, logo depois da ‘Operação Navalha’, Flávio fazia supermercado 3h30 da manhã. Quando não tinha ninguém na rua. Para viajar, a mesma coisa: escolhia horário que não tivesse muita gente. Depois de tratamento psicológico, a gente explicando a ele que vivemos em sociedade e às vezes a injustiça se torna verdade foi retomando sua vida. Mas limitado. A saúde.

 

Da redação Universo Político.com



18-04-2024
 

 

 

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