Na Política

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13/12/12 | 21:35h (BSB)

Adelson Barreto quer um partido onde o grupo decida e o povo seja respeitado

“Não concordo com decisões tomadas em gabinete, onde apenas 2 pessoas definem o destino do partido”

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Adelson: querendo o povo decidindo

Por Joedson Telles

 

Depois que conseguiu na Justiça a sua desfiliação do PSB, sem que a Lei da Fidelidade Partidária tomasse o mandato que o povo lhe deu com a maior votação da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Adelson Barreto passou a ser o sonho de consumo de 10 entre 10 lideranças políticas de Sergipe. Dono de uma densidade eleitoral ímpar, Adelson Barreto, para muitos, até demorou a deixar o PSB, dada a falta de sintonia entre ele e o principal nome da legenda, o senador Antônio Carlos Valadares. Adelson Barreto promete continuar conversando com todos, mas já tem em mente o que irá permear a sua escolha. “Eu quero ir para um partido onde a gente possa filiar o maior número de pessoas do povo e que as decisões do partido sejam tomadas em consonância com o povo. “Não concordo com decisões tomadas em gabinete, onde apenas duas pessoas definem o destino do partido” adianta.

 

Foi uma vitória já esperada, deputado?

Esperada, mas a gente fica muito contente quando ela se concretiza. Desde o mês de julho que estamos ansiosos, muito embora tivéssemos constituído nosso processo com um excelente advogado, e eu quero toda vez que falar desse processo nosso fazer questão de agradecer ao advogado Fabiano Feitosa, um sujeito extremamente competente e dedicado a causa e deu uma contribuição decisiva para que os membros do Tribunal Regional Eleitoral pudessem entender o que estava havendo comigo, o que estava havendo na minha relação com o partido.

 

O senhor sentiu nas ruas o apoio do eleitor?

Eu quero nesse momento agradecer a Deus e ao povo de Sergipe que já havia feito, na minha avaliação, um julgamento. Esse processo se iniciou no mês de julho, depois nós fomos a uma campanha política apresentando meu filho como candidato e eu pude ter a oportunidade de andar nos bairros de Aracaju, fiz campanhas diversas no interior do estado e o que ouvia de solidariedade das pessoas. As pessoas dizendo que estavam torcendo por mim e que confiavam que isso iria acontecer, tudo isso é motivo de muita alegria.

 

Por unanimidade...

Nós estamos felizes. É uma decisão histórica: o pleno na sua reunião houve uma decisão por unanimidade, todos os magistrados votaram favorável a nossa saída. Se fosse uma eleição de 60% a 40% seria um fato importante. Imagine todos os membros do TRE que tiveram os mesmos entendimentos, alguns foram além dizendo que nem havia uma necessidade de junção de cristalinas provas porque já era um caso de domínio público. Foi um fato que tomou conta da sociedade. Um dos membros chegou a informar que nem precisava estudar as provas que foram apresentadas porque já tinha sua ideia formada da votação pela nossa saída do Partido Socialista Brasileiro.

 

Mas o senhor tem dito que deixa o PSB na paz, não é isso?

Neste momento, eu quero, mais uma vez, deixar o meu sentimento de gratidão ao senador da República, Antonio Carlos Valadares, o meu sentimento de gratidão ao deputado federal Valadares Filho por quem sempre gozei por mais de uma década de muito carinho e respeito, meu sentimento a todos aqueles que integram o PSB. Foi um partido que tivemos participando dos seus projetos, das campanhas eleitorais por mais de 10 anos. Nesse partido disputamos duas eleições para deputado estadual, em 2006 já me tornara um dos três deputados mais votados. Naquela época, nós obtivemos mais de 33 mil votos com a camisa do PSB. Em 2010, aproximadamente, 62 mil votos tornando-nos o deputado mais bem votado de toda história política de Sergipe vestindo a camisa do PSB. Nesse momento que deixamos o partido só me resta explanar e reiterar o meu sentimento de gratidão à família PSB, que também me acolheu, mas chega um momento que há divergências e é muito comum. Até nas grandes famílias. Você casa, ao passar do tempo, as coisas já começam a divergir e o melhor que se faz é a gente pedir permissão para sair, e foi assim que eu fiz.

 

Houve diálogo antes de tentar as vias judiciais?

Antes de entrar com a ação na Justiça, havia sentado com a direção do meu partido e explanado que nós não estávamos nos sentindo bem porque não estava havendo um entendimento, eu pensava de um jeito e o partido de outro e não estava me sentindo a vontade no partido. Não obtive sucesso na conversa verbal que nós tivemos com o partido e entendi que a alternativa seria buscar minha saída junto a Justiça do meu estado, e ela entendeu que tínhamos razão naquilo que nós apresentamos na junção de provas de forma que nós estamos saindo, mas saindo com o sentimento de gratidão, de que esse partido muito me ajudou e contribuiu para eu chegar a ocupar a posição que hoje nós estamos ocupando de deputado estadual: o mais votado do estado, sempre dialogando com o partido. A partir do momento que vimos que não havia mais possibilidade dessa forma de fazer política, educadamente pedi para sair, pedi a Justiça, ela está me autorizando e eu estou agora em busca de um novo rumo para colocar em prática aquilo que eu sempre preguei no partido, mas, lamentavelmente, não pude ser ouvido. Agora, estou buscando uma fórmula de encontrar um partido que tenha essa linguagem para que a gente possa continuar fazendo política.

 

Convite não falta para o senhor assinar a ficha de filiação do novo partido. Já está conversando e estudando quais os pré-requisitos para sua filiação?

Eu acredito que não é utopia e havia colocado o meu sonho para o partido. Naturalmente que o partido tem sua linha como os outros partidos têm. Vou buscar meu partido exaustivamente ainda que seja um dos menores partidos desse país. Eu vou buscar o entendimento, levar a minha proposta. Se eu conseguir ser compreendido por o menor partido que houver nesse país, é para lá que eu vou. Não concordo com decisões tomadas em gabinete, onde apenas duas pessoas definem o destino do partido. Eu quero ir para um partido onde a gente possa filiar o maior número de pessoas do povo e que as decisões do partido sejam tomadas em consonância com o povo. O critério que eu disse que defendíamos para a escolha de um candidato, sobretudo da mais alta importância que é um candidato majoritário.

 

Como assim, deputado?

Uma candidatura majoritária, eu entendo que nós devemos ouvir a população. Quero ir para um partido em que tenha o gari, o desempregado, o médico. O advogado, pegar os que têm pretensão de candidatura e levar essas nomes para avaliação da população para que ela escolha quem quer votar no nosso partido. Deixar que as pessoas possam fazer a opção. Eu defendia isso no partido, mas lamentavelmente não fui compreendido.

 

Ou seja, o eleitor que tem o voto e, portanto, deve ser parte direta na escolha dos candidatos – sobretudo dos majoritários?

Eu avalio que em uma candidatura para prefeitura, por exemplo, é importante ouvir os membros do partido, mas acima do partido está a sociedade. Acontece muitas vezes em um município que tem um prefeito que faz um péssimo trabalho, um ex-prefeito que foi expurgado pelo povo. Aí chega uma nova candidatura e está o prefeito atual e o ex que o povo não quer, mas os partidos não dão alternativa. Aí colocam duas pessoas que o povo não quer, e, às vezes, o povo sem alternativa acaba votando em um ou no outro e acaba sendo mal gerido o município. O partido com seus filiados leva para a sociedade a discussão e deixa que a sociedade escolha. Nós pensamos dessa forma, e não o sei se vou encontrar um partido com esse perfil.

 

No PSB, o senhor não foi compreendido?

Nós sentamos e fizemos aquele entendimento da pesquisa eleitoral (para saber quem disputaria a Prefeitura de Aracaju, em 2012) e até ali eu era compreendido. Depois da pesquisa, lamentavelmente, não fui. Eu tenho muito respeito pelo deputado federal Valadares Filho, é um parlamentar brilhante, mas eu quero ir para um partido em que o povo diga que quer que fulano de tal seja o candidato, mesmo que perca. Eu entendo que a razão da minha estada na vida pública é o povo que vota em mim. Eu fui eleito deputado estadual mais bem votado sem apoio de prefeito e de vereadores. Temos que respeitar esse povo também no momento que vamos definir quem a gente vai apresentar para o povo.

 

Em resumo: o senhor quer que a vontade do povo seja respeitada na prática, e não fique apenas na retórica?

Eu quero ver se encontro um partido que em suas decisões esteja conversando com o povo nos bairros, nas reuniões. Vamos deixar que o povo escolha em quem quer votar. Se eu tivesse comandando um partido nessa eleição municipal eu reuniria os membros do meu partido e perguntaria: aqui em Aracaju qual de vocês tem pretensão de ser candidato a prefeito? Faria uma pesquisa junto a opinião pública e aquele que estivesse à frente seria o candidato a prefeito e aquele que estivesse em segundo lugar seria candidato pode ser um coordenador ou um vice. Poder apresentar à sociedade o que ela deseja para que eu possa ter a consciência de que cada dia mais eu quero fazer política respeitando aquilo que o povo deseja. Vamos convidar com exaustão com todos aqueles que nos convidarem, mas eu não posso abrir mão desse critério que é fazer política em sintonia com o povo

 

Da redação Universo Político.com



18-04-2024
 

 

 

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