Nesta segunda-feira, 27, os mais de mais de 32 mil estudantes matriculados na rede municipal de ensino de Aracaju iniciaram o ano letivo 2023. Este ano, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), disponibilizou mais de 34 mil vagas nas escolas municipais de educação infantil (Emeis) e de ensino fundamental (Emefs).

Secretário municipal da Educação, Ricardo Abreu destaca como principais pontos a serem trabalhados com os alunos, neste ano letivo, a alfabetização e o aprendizado da matemática, os quais foram bastante afetados durante os dois anos de pandemia, período que acarretou "severas implicações de natureza pedagógica que precisam ser tratadas".

"Em 2022, fizemos um ano letivo monitorando a aprendizagem dos estudantes, principalmente daqueles do ensino fundamental, com três avaliações diagnósticas realizadas e provas de proficiência leitora. Para este ano, será adotada a mesma metodologia, mantendo a vigilância e avançando, principalmente, no que diz respeito aos conteúdos matemáticos", explica o gestor da Semed.

De acordo com Ricardo Abreu, o ano letivo 2023 será importante, sobretudo, "porque os alunos farão a prova do Sistema de Devolutivas Pedagógicas (Saese) e pretendemos continuar avançando". "Por isso, vamos conduzir o ano com bastante atenção e cuidado com os estudantes para que em 2024 possamos colher um resultado de crescimento na nossa rede”, afirma.

Além disso, o secretário também destaca o resultado obtido pelo município no IDEB de 2021, o que, segundo ele, precisa ser observado com atenção, já que “foi um IDEB atípico, por ter sido coletado durante o período pós-pandemia". "Mas isso demonstra o engajamento dos gestores da Secretaria Municipal da Educação e, principalmente, dos profissionais da educação que atuam nas escolas e das famílias dos alunos”.

Estrutura e material didático

Na volta às aulas, além de educadores capacitados e preparados para oferecer um ensino de qualidade, os alunos da rede municipal contam também com unidades de ensino bem estruturadas, que incentivam o acesso e a permanência deles nas salas de aula, garantindo o aprendizado. São prédios novos ou recém-reformados, que atendem as exigências pedagógicas e oferecem conforto para toda a comunidade escolar.

“Os novos modelos arquitetônicos que estão sendo implementados pela Prefeitura de Aracaju atendem plenamente às exigências pedagógicas para alunos regulares, assim como para aqueles público-alvo da educação especial. São ambientes amplos, arejados e de livre acesso para aqueles estudantes que possuem dificuldade de locomoção ou visual, e que atenderão com muita qualidade os alunos do município por muitas décadas”, explica Ricardo.

Assim como nos anos anteriores, a Prefeitura de Aracaju entregará ainda neste mês de março o fardamento para os alunos e kits de materiais didáticos, o que demonstra o compromisso da administração municipal de garantir as condições necessárias para o ensino e o aprendizado dos alunos da rede.

Ensino de qualidade

Na Emef Dom José Vicente Távora, 650 alunos retornaram para as salas de aula após o período de férias. A escola foi reinaugurada em 2021, após ser completamente reconstruída pela Prefeitura de Aracaju, a partir de um investimento de R$4,8 milhões, como destaca a diretora da Emef, Silvia Falcão, ao apontar os planos de trabalho para 2023.

“Este ano letivo será de recomposição da aprendizagem, processo adotado durante o pós-pandemia para que os alunos sintam o mínimo de déficit na aprendizagem. A gente tem uma escola reconstruída, entregue há um ano, então temos uma estrutura em perfeitas condições, totalmente adaptada. Além de termos essa boa estrutura, temos um corpo docente qualificado que atende às expectativas da escola, da Semed e das famílias que têm seus alunos matriculados aqui”, garante ela.

Para a professora Maria José Henrique, que no dia a dia reconhece os desafios para o aprendizado do aluno, o foco na recomposição da aprendizagem, adotado pela gestão municipal, é essencial para o avanço na educação de Aracaju. Outro ponto essencial para uma formação de qualidade desses alunos, segundo ela, é o trabalho intersetorial entre secretarias municipais.

“Pensamos nas crianças como um ser integral. A Semed foca não só no ensino da sala de aula, mas amplia a visão e enxerga as dificuldades sociais e financeiras dos alunos, por isso ocorre o trabalho da aprendizagem, dos conhecimentos, da prestação de saúde e assistência para que eles possam ter momentos prazerosos na escola, com foco não só no conhecimento da sala de aula, mas também de outros que fazem parte da vida, como cultura, saúde. Vamos trabalhar muito ludicamente nesses primeiros momentos para que eles possam se sentir em casa, afinal a escola é a segunda casa deles”, afirmou.

Geovania Melo foi uma das primeiras mães a chegar na Emef Dom Távora com seu filho Arthur Lorenzo, que acaba de iniciar os estudos na escola. Certa de que matricularia o pequeno em uma escola da rede privada, Geovania mudou de ideia depois de ouvir de colegas inúmeros elogios em relação ao ensino e à qualidade da estrutura da Emef Dom Távora.

“Meu filho vem de escola particular e este ano eu iria colocar ele novamente na rede privada, mas a referência da Dom Távora foi muito boa. Muitas mães me indicaram, disseram que o atendimento com as crianças aqui é diferente. Eu sempre tive medo de colocar Arthur em escola pública, porque ele é o meu primeiro filho, mas eu vim aqui sabendo do histórico da escola. Outras por aí não são assim e o ambiente escolar daqui é realmente diferente de todos os outros. Ele mesmo disse que gostou da nova escola e dá aquele aperto deixar ele aqui, dá vontade de levar ele pra casa novamente, mas a criança tem que estudar, é essencial para o aprendizado dela”, contou.

A pequena Milena de Jesus chegou para o primeiro dia de aula, na Emef Dom Távora, acompanhada da mãe, Taís Santos. “Ela quase não dormiu na ansiedade para vir pra aula", confessou a mãe. "Além dela, tenho Mirela, minha outra filha, que também estuda aqui. A rede de ensino de Aracaju tem uma estrutura excelente, que conta com professores muito bons. Eu não me arrependo de colocar minhas filhas para estudar aqui, em uma escola pública. Além de confiar na rede, na qualificação dos professores, sei que minha filha tem muito potencial e, além disso, ajudo ela em casa também. Vejo que esse é um papel essencial dos pais. O trabalho de gestão da Prefeitura e da Semed têm sido excelentes para a educação no município”, avalia.

Escolas em reforma

Das 79 escolas do município, 74 iniciaram hoje o ano letivo 2023. Ainda não iniciaram as atividades letivas as duas novas escolas de tempo integral do bairro Santa Maria: Emei Tia Ruth e Emef João Oliva; e a Emei Irmãos Mirella e Marcell Moura, localizada no bairro Farolândia, unidades que devem ser inauguradas nas próximas semanas.

A Emef Alcebíades Melo Vilas-Boas, no Bairro Industrial, também não iniciou o ano letivo nesta segunda-feira, pois passa por reforma. A Semed está concluindo a realocação dos alunos para um outro prédio. O mesmo caso ocorre com a Emei Júlio Prado Vasconcelos, do bairro São Conrado, que também não iniciou o ano letivo em virtude de reforma no prédio. Um novo local para os alunos estudarem está em fase final de adequação para o início das aulas.

Da Ascom