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08/10/15 | 21:59h (BSB)

Transporte público encara desafios para atender idosos

Pesquisa aponta: Aracaju terá dobro da população idosa em 2030. Como fica o acesso dos idosos aos serviços essenciais?

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Mobilidade urbana para idosos: é preciso adequações (foto: arquivo NaPolítica)

Por Adriana Freitas


Cerca de 280 mil pessoas circulam diariamente no transporte público em Aracaju, destas mais de 20 mil são idosos que passam pelas catracas dos ônibus e ainda há muitos outros milhares maiores de 65 anos que utilizam o coletivo sem fazer uso da identificação por bilhetagem eletrônica. No entanto, a qualidade do transporte público é uma das principais cobranças dos sergipanos. Será, então, que esse serviço está devidamente pronto para atender esses idosos hoje e os idosos do futuro?

 

Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) aponta que a expectativa da população idosa de Aracaju em 2030 é de que se tenha o dobro das pessoas de melhor idade que se há atualmente. Para o doutor em ordenamento territorial e meio ambiente, Neilson Menezes, um dos grandes desafios será garantir o acesso dessa população idosa ao transporte público.

 

A agente de limpeza Maria Augusta, de 44 anos, utiliza o transporte público de segunda à sexta-feira para se deslocar do Conjunto Bugio até o Centro de Aracaju, onde trabalha. Ela reclama que o transporte ainda precisa melhorar muito. Em 2030, Maria Augusta estará com 59 anos, e a expectativa dela é que ao longo desses 15 anos o transporte coletivo possa evoluir no atendimento à população, principalmente os idosos.

 

“Hoje sou jovem e sou uma contribuinte do transporte público, daqui há 15 anos já estarei entrando na terceira idade. Atualmente, ainda temos um descaso em relação ao acolhimento dos idosos nos ônibus, mas espero que isso mude. Espero que a gente possa ter um transporte de qualidade e motoristas capacitados”, afirma Maria Augusta, esperando desfrutar da acessibilidade no transporte em sua aposentadoria.

Maria Augusta pede melhorias no transporte (foto: Na Política)

 

Longevidade e a necessidade de mobilidade

Na estimativa do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) sobre as dez cidades mais bem colocadas para se viver, Aracaju com mais de 570 mil habitantes apareceu com 0,770 na última medição do índice, marcando, inclusive, a terceira posição entre as melhores cidades nordestinas. E um dos itens levados em conta nessa pesquisa é a longevidade – vida longa e saudável. O pesquisador Neilson Santos Menezes afirma que hoje Aracaju possui 60 mil idosos e em 2030 terá no mínimo 120 mil, sem contar os aposentados de fora que a cidade pode atrair ao longo dos anos para moradia.


Para o pesquisador, o sistema de transporte terá que se preparar para atender essa população, que tem direito ao uso gratuito desse serviço, e o utilizam, sobretudo, para o acesso ao lazer e à saúde. “Uma questão que os idosos reclamam muito é a acessibilidade aos ônibus. Já existem algumas experiências em cidades brasileiras, a exemplo de Niterói, em que se utiliza o ônibus de piso baixo que é aquele que não tem degrau e, realmente, facilita o acesso ao ônibus. Os idosos também reclamam muito da preparação dos motoristas. Muitas vezes os motoristas arrancam o ônibus provocando quedas. Os motoristas deveriam ser melhor capacitados para lidar com a população com menor mobilidade”, observa o pesquisador.

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Pesquisador: tranporte precisa se adequar para atender idosos (foto: ascom Fapitec)

 

Outro problema apontado pelo estudioso é a falta de sinalização nos terminais para que os idosos possam identificar com mais facilidade os locais das paradas. “Você tem uma sinalização quase inexistente nas paradas. Os idosos reclamam muito e afirmam que ficam desorientados. Em algumas cidades, existe uma sinalização semelhante a do metrô com sinalização em todas as paradas durante o percurso do ônibus”, frisou Neilson Santos Menezes.

  

Adaptação do transporte

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp), Alberto Almeida, destaca que alguns veículos já estão sendo adaptados com o rebaixamento dos degraus para facilitar o acesso do idoso ao transporte público. Segundo o presidente do Setransp, as empresas já vêm discutindo como melhorar o serviço do transporte para atender essa população mais idosa.

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Setransp: preocupação precisa ser da cidade como um todo (foto: ascom Setransp)

 

“Os veículos estão sendo adaptados no sentido de rebaixar os degraus. As estruturas da plataforma começaram a se elevar para ter uma igualdade de degraus. Foram criados espaços prioritários aos idosos na parte dianteira como é de lei, apesar de que isso nem deveria ser preciso já que a preferência ao idoso deveria ser em todo o ônibus. Mas sabemos que é preciso melhorar muita coisa ainda. É preciso oferecer condições para que ele chegue à parada com tranquilidade, suba aos ônibus e possam transitar com tranquilidade também. É um conjunto de coisas que envolvem plataforma, ônibus e vias. Essa preocupação precisa ser da cidade como um todo”, pontuou o presidente do Setransp.

 

Leia também: Vereadores e deputado cobram Políticas Públicas para os idosos

Da redação Na Política



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