O deputado estadual Luciano Pimentel, PSB, manifestou na sessão desta quarta-feira da Assembleia Legislativa de Sergipe solidariedade aos bancários brasileiros e sergipanos, em greve a partir de ontem por melhores condições salarias. Eles pedem uma reposição de 16% em suas remunerações. Os bancos oferecem 10,5% a menos do que isso. Ou seja: apenas 5,5%.

“De outubro do ano passado a setembro deste ano, há uma inflação de 9,88%, mas os banqueiros oferecem aos bancários um reajuste de apenas 5,5%. Os bancos, que têm tido a maior rentabilidade de todos os tempos, obtiveram nesse mesmo período um lucro da ordem de 27%, e vieram apresentar aos trabalhadores uma proposta de remuneração mínima desses apenas 5,5%”, diz o parlamentar, ele próprio um bancário aposentado, depois de 35 anos de serviços prestados à Caixa Econômica.

Nessa hora, Luciano Pimentel não tem dúvida do lado em que está. “Venho aqui me solidarizar com os bancários sergipanos que, hoje, em defesa de um melhor reajuste salarial, aderiram a uma greve nacional por causa da intransigência dos bancos em concederem um reajuste salarial que seja compatível com esta classe trabalhadora”, disse o parlamentar.

“Eu quero aqui trazer a minha solidariedade aos bancários e parabenizar o nosso Banese, por ter negociado com esta categoria, apresentado uma proposta de cláusulas sociais que fez com que os seus bancários não aderissem à greve e com o compromisso de assumir o índice que for aprovado pela Fenaban e mais um abono de R$ 1,2 mil”, disse o parlamentar. Segundo Luciano Pimentel, isso significa 938 banesianos fora da greve.

O deputado e bancário aposentado Luciano Pimentel manifesta tolerância com o movimento grevista e ainda pede o mesmo procedimento à comunidade de Sergipe usuária dos serviços bancários. “Quero dizer aos sergipanos que esta é uma grave justa. Que os bancários merecem ter um maior respeito, mesmo porque nenhuma outra atividade econômica neste país tem a rentabilidade que os bancos têm hoje. Eles, que lucraram neste período, mais de R$ 36 bilhões, não quiseram apresentar uma proposta que, ao mínimo, corrigisse o valor desse período inflacionário”, diz.

“Eu quero, então, pedir a todos sergipanos que compreendam este momento que os bancários estão passando, e que certamente vamos aqui estar torcendo para que seja o mais curto possível para que haja um entendimento entre a categoria e os banqueiros, concedendo-lhes um índice salarial que seja justo e para que também sejam preservados os serviços essenciais à população”, disse Pimentel.

Segundo estimativa do Sindicato dos Bancários do Estado de Sergipe, a categoria tem cerca de três mil trabalhadores na ativa, distribuídos em aproximadamente 230 agências bancárias espalhadas entre a maioria das cidade sergipanas.

“Enquanto estamos lutamos por um reajuste de 16%, tivemos notícias hoje, via o jornal Valor Econômico e o Portal Ig, de que os bancos planejam um reajuste de 81% para os seus diretores. Aí é que o fosso vai aumentar mais ainda”, disse Durand Noronha, diretor de Comunicação e Imprensa do Sindicato dos Bancários.

Da Alese