Na Política

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30/07/15 | 23:41h (BSB)

Mundinho delata deputados: dinheiro da subvenção voltava para eles

Ele mesmo indicou o serviço para os deputados Paulinho, Augusto, Gorete e Gilson. E cita ainda Samuel e Zeca

O interrogatório do ex-deputado estadual, Raimundo Vieira, o Mundinho da Comase foi realizado no início da tarde desta quarta-feira (29), no Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e a Administração Pública, e conseguido com exclusividade, pela TV Sergipe. No depoimento, Mundinho da Comase se comprometeu firmar um acordo de delação premiada, o que foi realizado na manhã desta quinta-feira (30), no Ministério Público Estadual.

 

O ex-parlamentar foi preso por medida preventiva nesta quarta-feira suspeito de envolvimento com o desvio de verbas da subvenção da Assembleia Legislativa de Sergipe. Além dele, foram presos Augifranco Patrick Vasconcelos, da Associação Alajovem do município de Lagarto e Ygor Henrique Batista Vasconcelos.

 

Confira alguns trechos do depoimento:

Em depoimento ele diz que as verbas de subvenção da Assembleia Legislativa de Sergipe funcionavam basicamente com associações ligadas aos próprios deputados. E que esse dinheiro servia para custear as atividades dos parlamentares.

 

No caso específico da Associação Alajovem de Lagarto, Mundinho da Comase disse que cerca de 25 a 30% do repasse da subvenção ficava com a associação. O restante do dinheiro voltava para ele por meio de transferência bancária, cheque ou dinheiro.

 

Mundinho da Comase revelou também que apresentou o presidente da Associação Alajovem, Augifranco Vasconcelos, para os deputados Paulinho das Varzinhas, Augusto Bezerra e Gilson Andrade. E que esses deputados acertaram com Augifranco quanto retornava para eles.

 

Raimundo Vieira também citou no interrogatório que a pedido do grupo político do qual participava, os deputados capitão Samuel (PSL) e o ex-deputado Zeca da Silva (PSC) teriam pedido a ele que o próprio Mundinho destinasse dinheiro das subvenções para a Associação Sergipana dos Produtores de eventos, mas que ele, Raimundo Vieira, não recebeu nenhum dinheiro de volta.

 

Sobre o repasse da subvenção de 2014, Mundinho da Comase disse que destinou R$ 235 mil para a Alajovem. Sendo que R$ 150 mil voltaram para ele. Disse também que em 2013 a Alajovem recebeu, ao todo, R$ 660 mil de alguns deputados. R$ 70 mil repassados pela deputada Goreti Reis; R$ 200 mil por ele mesmo; R$ 240 mil pelo deputado Paulinho das Varzinhas e R$ 160 mil pelo deputado Gilson Andrade.

 

Segundo Mundinho da Comase, 70% de todo o dinheiro voltaram para os deputados citados. Explica que os saques foram feitos por Augifranco Vasconcelos e repassados aos parlamentares por meio de cheques ou transferências bancárias emitidos pela empresa MP-10, do irmão de Augi Franco, Ygor Henrique.

 

Mundinho acrescentou ainda, em interrogatório, que o deputado Paulinho das Varzinhas não aceitava receber em cheques ou transferências bancárias. Mas somente em espécie. O ex-deputado Raimundo Vieira disse que a associação de proteção a assistência e maternidade infantil Antônio Vieira da Silva Neto, que funciona na cidade de Itabaianinha é também administrada pela esposa dele e que também recebeu dinheiro das subvenções da assembleia e que parte desse dinheiro volta para ele.

 

No depoimento Mundinho da Comase também disse que o professor Augifranco era pago para emitir notas frias e que participava de um esquema de superfaturamento e de devolução dos recursos da Alajovem. 

 

Raimundo Vieira, o Mundinho da Comase, disse ainda que Augifranco era responsável por fazer o intermédio entre várias associações com os deputados estaduais que indicavam dinheiro. Disse também que não sabe informar no momento o nome de todos os deputados, mas confirma que foi ele mesmo que indicou o serviço de Augifranco para os parlamentares, Paulinho da Varzinha (PTdoB), Augusto Bezerra (DEM), Gorete Reis (DEM), Gilson Andrade (PTC).

 

No fim do interrogatório, o ex-deputado se comprometeu a apresentar documentos e dizer os nomes e o valor que cada deputado destinou e qual o valor devolvido a cada um deles. 

 

Os deputados citados no depoimento não foram localizados, com exceção do deputado Paulinho das Varzinhas. Ele atendeu o telefonema, mas recomendou que falassem com o advogado dele, Márcio Conrado. Porém Conrado disse que a delação de Mundinho da Comase é da esfera policial e ele só trata do processo na esfera eleitoral. na esfera policial, quem cuida do processo é o advogado Aurélio Belém, que também não foi localizado.

 

Matéria do G1 Sergipe

Da reportagem TV Sergipe

 



20-04-2024
 

 

 

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