Ex-deputado permanece detido na Deotap

Ex-deputado permanece detido na Deotap

Por Adriana Freitas

Na tarde desta quarta-feira, 29, a delegada Danielle Garcia, titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), prestou esclarecimentos em relação às prisões do ex-deputado Raimundo Vieira, o Mundinho da Comase, o professor Augifranco Patrick de Vasconcelos e o irmão Ygor Henrique Batista de Vasconcelos. Segundo a delegada, o ex-deputado citou o envolvimento de dois ex-deputados e seis deputados no esquema dos desvios das verbas de subvenções. O ex-deputado e os outros dois acusados continuam presos na Delegacia Plantonista e não há previsão para liberação, segundo informações da delegada.

“Eles citaram nomes e como era feita a divisão de dinheiro em percentuais, só que são informações que ainda precisam ser preservadas porque a gente continua a investigação, mas tudo será esclarecido em breve”, disse Danielle.

A delegada ainda apontou que as delações premiadas foram importantes, pois trouxeram novos fatos. “A delação premiada traz elementos novos e indica outras pessoas e valores específicos desviados. A partir de agora, em razão da denúncia do envolvimento de pessoas que estão em cargos de deputados ainda, nós estaremos encaminhando todos os inquéritos para o procurador de justiça. As prisões foram necessárias porque as provas eram robustas e eles continuavam em processo de lavagem de dinheiro e a gente precisava estancar essa lavagem”.

Ala Jovem

O promotor Henrique Cardoso explica que a Associação Ala Jovem funcionava como uma fachada no esquema com mais cinco associações. “Ela recebia recursos e prestava alguns serviços a empresas contratadas para eventos e esse serviço era superfaturado e esse recurso voltada para os cofres do deputado que teria destinado a subvenção. Ou nenhum serviço era prestado ou algum serviço era prestado superfaturado”.

Segundo Henrique Cardoso, o esquema dos desvios da Ala Jovem foi montado pelo ex-deputado Mundinho. “Você tem a figura da associação com um presidente, uma empresa para fazer a lavagem e um deputado que destina o dinheiro. O Mudinho da Comase, em conjunto com outros deputados, definia quanto ia para as contas e quanto voltada. Agora o esquema do Augifranco foi montado por Mundinho e alguns deputados próximos dele que se utilizam dessa associação e desse esquema de lavagem de dinheiro. Ele citou nome de deputados e deputadas”.

Outras associações

O promotor de Lagarto, Belarmínio Alves, alerta que outras associações estão sendo investigadas no município de Lagarto. “As investigações em lagarto não terminaram porque existem outras pessoas que participaram do esquema. Essa não é a única, na verdade o que nós temos em Lagarto é a comprovação de que esses desvios vêm acontecendo há anos. Há muito dinheiro que é desviado ano para associações que não finalidade nenhuma”.

Da redação Na Política