Na Política

Biblia Online

10/03/15 | 12:42h (BSB)

SINPOL: Nota enviada à imprensa

“Quando os que comandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito” (Georg Lichtenberg)

 

Inicialmente cumpre salientar que a presente insurgência do Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe – SINPOL SERGIPE, na pessoa do seu presidente João Alexandre Fernandes, unicamente pretende exercer o regular direito de resposta de toda a categoria policial civil existente no Estado, sobretudo diante de uma infeliz, desagregadora e perniciosa entrevista concedida por um dos integrantes desta mesma categoria policial civil, na matéria veiculada em um sítio eletrônico no dia 23/02/2015.

Apenas para aclarar o assunto, a categoria policial civil é uma só, pelo menos até que a Constituição Federal do Brasil passe a tratar de maneira diferente. Neste sentido, integram a categoria policial civil em Sergipe os atuais ocupantes dos cargos de “policial civil agente”, “policial civil delegado” e “policial civil escrivão”, ou seja, uma única categoria composta por mais de um cargo, onde o sucesso do trabalho desenvolvido em prol do cidadão (investigações criminais e prisão dos responsáveis), necessariamente, perpassa pelo envolvimento, comprometimento e bom desempenho de todos esses atores da segurança pública, em equipe.

Muito nos espanta que no momento em que o SINPOL SERGIPE procura estabelecer maior união da categoria em apoio ao novo Secretário da Segurança Mendonça Prado, insurja-se um policial civil delegado infirmando que a Corregedoria de Polícia beneficia integrantes da base policial civil em prejuízo da hierarquia institucional. Ora! Com o devido respeito, se tal atitude não traduz “oposição política interna” pelo cargo de chefia na Corregedoria, no mínimo, traduz-se num contrassenso do senhor Paulo Márcio, pois a Corregedoria é chefiada por ocupante do cargo de delegado e não por ocupante de outros cargos da base, agentes ou escrivães.

De outro lado, enquanto policial civil delegado e atual presidente de uma associação (ADEPOL), o senhor Paulo Márcio não se fundamentou em dados técnicos e científicos apurados em Sergipe, especialmente quando atribuiu como uma das causas de aumento da criminalidade a falta de respeito à hierarquia pura e simples, dando margem ao leitor mais distraído acreditar que policiais civis agentes e escrivães contribuem para o aumento da criminalidade. Preferimos crer que baseou-se apenas em dados empíricos adquiridos quando de sua apagada e ligeira permanência à frente da Superintendência da Polícia Civil, momento em que desperdiçou excelente oportunidade de provar ser um grande líder policial ao invés de apenas mais um chefe ou “patrão”.

Tamanha insensatez proferida por um representante de associação – e não sindicato – ao misturar alhos com bugalhos para falar sobre assuntos diferentes tipo causa da criminalidade, pontualidade e assiduidade no local de trabalho, enseja perguntar o seguinte: em qual delegacia está lotado aquele servidor policial civil delegado? Faço a indagação porque excelentes policiais civis delegados suportam carga de trabalho contando com baixo efetivo da classe a que pertencem e, no mesmo sentido, não existe previsão na Constituição Estadual de Sergipe que permita disponibilidade de servidores para permanecerem à disposição de associação em detrimento de um serviço público de qualidade. Isto apenas é previsto para dirigentes sindicais (Art. 278 da Constituição Estadual de Sergipe).

Na visão do SINPOL SERGIPE a maioria dos policiais civis agentes, delegados e escrivães, são profissionais abnegados e responsáveis. Tenho certeza que outros tantos delegados não compactuam com a opinião da ADEPOL e jamais se permitiriam distorcer, inconsequentemente, as verdadeiras causas do aumento da criminalidade em Sergipe, no Brasil e no mundo, que nada tem a ver com suposto desrespeito à hierarquia na prática cotidiana da atividade investigativa e civil. Vale dizer, mesmo com extremo rigor hierárquico militar e não civil como em nosso caso, se a causa da criminalidade fosse combatida pelo respeito à hierarquia pura e simples, teríamos hoje a Venezuela como um belo exemplo de potência mundial na redução da violência urbana e na diminuição das desigualdades sociais.

Fato é que atravessamos momento delicado em nossa democracia, cuja cultura policial arcaica, há muito, mostra-se ineficiente e fracassada em todo território nacional, de modo que hoje devemos discutir novos modelos policiais que propiciem a formação de uma polícia mais inteligente, eficiente e cidadã, o que por si só basta para não permitir a concentração de poder absoluto nas mãos de um ou outro chefe de plantão.

É simplista, sem noção e típico de policial civil de gabinete, que não atende diretamente aos reclames da população lá na ponta do sistema, associar o vertiginoso crescimento da criminalidade em nossa unidade da federação à quebra de hierarquia policial civil, criando uma cortina de fumaça para ofuscar outras deficiências institucionais crônicas e obter como resultado o índice de elucidação de crimes à mingua de 6% a 10% (seis a dez por cento) do total de infrações penais violentas ocorridas atualmente. Isso sim é grave, repugnante e sem precedentes.

O SINPOL SERGIPE entende sim que a Corregedoria deve ser implacável contra qualquer “policial civil”, agente, delegado ou escrivão, desde que qualquer um destes proceda de maneira indisciplinar, impontual ou ausente no ambiente de trabalho, porém jamais permitirá que todos os bons policiais que compõem a regra (maioria absoluta) sejam estigmatizados por meia dúzia que nada fizeram até hoje para o bem comum. Em última análise, cada servidor público policial, seja de qual cargo for, é o primeiro responsável em dar exemplo para obter respeito recíproco e valorização da sociedade, antes mesmo de hierarquia formal.

Enviado pelo SINPOL



19-03-2024
 

 

 

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