Na Política

Biblia Online

30/10/11 | 23:22h (BSB)

Corruptos por esporte

 

 

Quatro anos após deixar a Casa Branca, o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, decidiu fundar uma ONG com alcance global, focando sua atuação primacialmente  na defesa do meio ambiente e na prevenção e tratamento de doenças como malária, Aids e tuberculose. Desde então, a Clinton Foundation arrecadou bilhões de dólares e desenvolveu ações que beneficiaram mais de 200 milhões de pessoas em todo o planeta.

 

O sucesso da ONG pilotada pelo ex-presidente norte-americano decorre da conjugação de dois fatores: uma cultura filantrópica fortemente arraigada nos Estados Unidos e a transparência na gestão e aplicação dos recursos provenientes das doações. É claro que a eficiência da entidade é alvo de permanente avaliação, e não poderia ser diferente, mas numa cultura altamente civilizada e altruísta como a norte-americana o elemento ético assume um valor quase absoluto – o que explica a intolerância, também quase absoluta, aos desvios éticos na esfera pública daquele país.

 

Diferente dos Estados Unidos, nós não temos uma cultura filantrópica. Ao contrário dos norte-americanos e de outras democracias maduras, não nos destacamos pela correta administração dos recursos públicos e privados que nos são confiados. Falta-nos transparência para prestar contas do dízimo amealhado junto aos fiéis das igrejas, das contribuições sindicais, da rifa para levantar fundos destinados à reforma da creche da periferia, do dinheiro depositado na conta corrente para custear as despesas médicas de um suposto portador de uma doença rara...

 

Nesse cenário de frouxidão ética, o já ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, só fez juntar a fome com a vontade de comer. Recrutou meia-dúzia de revolucionários de araque da finada UNE, cadastrou algumas ONGs dirigidas por gente a quem não se deve confiar a custódia de uma garrafa de uísque paraguaio, elaborou um programa social de fachada e, todos a postos, determinou o saque aos cofres públicos.

 

Após dar o drible da vaca na ética e nas instituições públicas, o corrupto por esporte achou que faria um gol de placa enchendo as burras do PC do B com o dinheiro desviado do Ministério via ONGs fraudulentas. Pego na banheira aguardando a bola, teve de ir se explicar à técnica da equipe.  Como os quatro primeiros colegas, foi logo tomando um “pedala, Orlandinho”. Afinal, Dilma tolera qualquer tipo de jogador, desde que não seja um perna de pau capaz de comprometer o desempenho da equipe.    

 

Pena que por aqui impere quase sempre a impunidade. Estivéssemos na terra de Clinton, e não na de Sarney, o Dream Team da corrupção - Palloci, Wagner Rossi, Alfredo Nascimento, Pedro Novais e a nova contratação, o craque Orlando Silva -, já poderia fazer sua inscrição para a próxima edição dos Jogos Penitenciários.    

 

 

 

Paulo Márcio é colunista do portal Universo Político.com

E-mail: paulomarcioramos@oi.com.br

 

  

 

 

 

 

 

 



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